O autor José Saramago, em foto de novembro de 2009 (Foto: AFP)
O corpo de Saramago foi velado em uma biblioteca que leva o seu nome na cid
"[Saramago] combatia as religiões com fúria, dizia que elas nos embaçam nossa visão. Mesmo assim não consigo deixar de pensar que adoraria que neste momento ele estivesse tendo que dar o braço a torcer ao ser surpreendido por algum outro tipo de vida depois desta que teve por aqui", declarou o cineasta brasileiro Fernando Meirelles, que adaptou "Ensaio sobre a cegueira" para o cinema em 2008.
Leucemia e problemas respiratórios
Segundo sua mulher, Saramago passou mal após tomar o café da manhã e recebeu auxílio médico, mas não resistiu e morreu. Ele sofria de leucemia e, nos últimos anos, havia sido hospitalizado em várias oportunidades devido a problemas respiratórios.
Expoente da literatura mundial
Saramago era um dos maiores nomes da literatura contemporânea, vencedor do prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa. Entre seus livros mais conhecidos estão "Memorial do convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "A viagem do elefante". O mais recente romance publicado pelo escritor foi "Caim", de 2009. Antes de morrer, ele estava trabalhando em um livro sobre tráfico de armas, que chegou a batizar de "Alabardas, alabardas! Espingardas, espingardas", mas deixou inacabado.
O estilo de escrita de Saramago era caracterizado, entre outras experimentações de linguagem, pelos parágrafos muito longos e o uso incomum de pontuações. “Sua literatura era densa e sofisticada e, mesmo assim, era lida por um grande público. Essa é a maior proeza de sua vida”, analisa o professor Frederico Barbosa, que ensinava Saramago em cursinhos de São Paulo e é também diretor do espaço cultural paulistano Casa das Rosas.
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Funcionários da Câmara de Lisboa preparam na manhã deste domingo o local em que será feito o velório do escritor português José Saramago, morto na véspera aos 87 anos.
O corpo do ganhador do Nobel, que morreu em sua casa na ilha espanhola de Lanzarote, deve chegar a Portugal às 12h45 locais (8h45 do Brasil), e o velório deve começar às 14h locais (10h do Brasil)
No meio da manhã, ainda não havia público no local, só jornalistas, funcionários e policiais.
O governo português decretou luto oficial de dois dias pela morte de Saramago. O prefeito de Lisboa, Antonio Costa, declarou que é um "orgulho para a cidade receber mais uma vez Saramago. Ele lembrou em comunicado que Lisboa foi "uma causa que Saramago abraçou" quando presidiu a assembleia municipal em 1990 e assegurou que seu "legado é inestimável".
Faixa na Câmara de Lisboa (Foto: Vitor Sorano/G1)
O corpo de Saramago deve chegar ao aeroporto de Figo Maduro, nos arredores da capital, em um avião da Força Aérea Portuguesa.
O funeral segue até 0h e reabre no domingo de 9h a 11h.
Os familiares terão uma área reservada e poderão pedir o fechamento das portas ao público.
Às 12h de domingo, terá início a cremação, no cemitério de Alto de São João.
Parte das cinzas deve ficar em Azinhaga do Ribatejo, onde o escritor nasceu e o restante deve seguir para Lanzarote, nas Ilhas Canárias, onde ele vivia com a esposa, a jornalista e tradutora Pilar del Río.
A Câmara de Lisboa ainda não tem estimativa de quantos visitantes deverão passar pelo funeral. Um policial estima em "milhares". A escritora Nélida Piñon, que está na Espanha, representará a Academia Brasileira de Letras na homenagem ao escritor.
José Saramago pelas lentes do fotógrafo Sebastião Salgado, que lamentou a perda: 'Ele sempre foi um militante, comprometido com as causas sociais'
Leucemia e problemas respiratórios
Segundo sua mulher, Saramago passou mal após tomar o café da manhã e recebeu auxílio médico, mas não resistiu e morreu. Ele sofria de leucemia e, nos últimos anos, havia sido hospitalizado em várias oportunidades devido a problemas respiratórios.
Expoente da literatura mundial
Saramago era um dos maiores nomes da literatura contemporânea, vencedor do prêmio Nobel de Literatura no ano de 1998 e de um prêmio Camões - a mais importante condecoração da língua portuguesa. Entre seus livros mais conhecidos estão "Memorial do convento", "O ano da morte de Ricardo Reis", "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "A viagem do elefante". O mais recente romance publicado pelo escritor foi "Caim", de 2009. Antes de morrer, ele estava trabalhando em um livro sobre tráfico de armas, que chegou a batizar de "Alabardas, alabardas! Espingardas, espingardas", mas deixou inacabado.
O estilo de escrita de Saramago era caracterizado, entre outras experimentações de linguagem, pelos parágrafos muito longos e o uso incomum de pontuações. “Sua literatura era densa e sofisticada e, mesmo assim, era lida por um grande público. Essa é a maior proeza de sua vida”, analisa o professor Frederico Barbosa, que ensinava Saramago em cursinhos de São Paulo e é também diretor do espaço cultural paulistano Casa das Rosas.